No teu corpo,
lânguida amante,
apraz-me contemplar,
como um tecido vacilante,
a pele a faiscar.
Na tua fluída cabeleira
de ácidos perfumes,
onde olorosa e aventureira
de azulados gumes,
como um navio que amanhece
mal desponta o vento,
a minha alma
em sonho se oferece
rumo ao firmamento,
os teus olhos que jamais
traduzem rancor ou doçura,
são jóias frias onde luzem
o ouro e a gema impura...
(C. Baudelaire)
Não se conhecer é
passar ao lado de si
mesmo, é fracassar e
permanecer na ilusão,
é ser um sopro
que se apaga
( Jean Y Leloup)