Caindo na Página

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

A Fuga da Bailarina

A Fuga da Bailarina




Numa  caixa bem florida
Morava a menina Nina,
Que  dançava nas pontas dos pés
E que era bailarina.
Saía, de vez em quando, quando a caixa era aberta,
Uma música tocava
E ela bailava  esperta.


Por entre colares e brincos,
A bailarina morava
Tinha um espelho bem no meio
Em que ela sempre se olhava.
Jóias de ouro e de prata,
Esmeraldas e rubi
Guardadas e organizadas
Em  saquinhos de organdi.


A caixa era bem guardada
Onde não se podia ver,
Lá em cima do armário,
Para assim não se perder.
Nina passava seus dias
Inteirinhos a esperar
Que a caixa fosse aberta
Pra ela poder bailar.


Ficava no escuro
Ensaiando seus passinhos,
Mas  sentia-se  muito só.

Precisava de carinho.
Tinha segredos antigos
Que Nina sabia guardar.



Mas o tempo foi passando,
E ela queria ver

Como era o mundo lá  fora
Pra livre ela viver.
Decidida  ela estava
Que da caixa fugiria,
Queria bailar para o mundo
Voltar  a  ter  alegria.





Lembrava-se da primeira vez
Em que a caixinha fora aberta.
Foi no décimo aniversário
Da menina Felisberta,
Que ficou paralisada
Qual surpresa ela sentiu!
Não parou de dar risada
E junto da caixa dormiu.









Nina lembrava-se em silêncio
Dos tempos de outrora.
Felisberta envelhecera,
Era agora uma senhora.

Nina  estava bem atenta,
Foi quando a caixa se abriu,
Numa noite friorenta
A bailarina fugiu.


Tratou  de tirar o ímã
Grudado na sapatilha
E acabou derrubando no chão
Uma linda gargantilha.


Correu  pelo mundo  afora
Saltitando, a bailar,
Procurando companhia
Pra que pudesse dançar.

 


A pequena bailarina
Andou por toda cidade ,
Até o dia amanhecer
E ser tudo claridade.
Foi quando ela adormeceu,
perto do relojoeiro, um senhor bem engenhoso,
e que andava bem ligeiro.

Ele apanhou-a do chão,
levou-a para dento da loja, para perto de outra bailarina
que se chamava Carlota.
Juntas, elas conversaram
como foram suas vidas
de bailar dentro de caixas.



Foi quando Carlota  acabou
com a curiosidade de Nina,
Dizendo-lhe que naquele lugar
havia  outras  bailarinas.
O senhor relojoeiro
de longe as vislumbrava,
olhou-as  naquele momento,
viu que não eram sucatas.





Dançavam com classe e amor.
Resolveu juntar todas na mesa
e as quebradas, que ele consertou,
juntas, elas bailavam,
ensaiavam  noite e dia
felizes, elas  nem notaram
a presença da fada Maria.

Maria era velha conhecida
do senhor relojoeiro,
consertava com magia
os relógios  estrangeiros.
O  nobre  senhor a chamara
pra presenciar tal encanto,
Mas ela logo lhe dissera:
- Magia ainda virá. Esteja pronto!

Dormiram naquele  noite
ansiosas por outro dia:
Saíram com o relojoeiro
e a linda fada Maria.
Sem saber bem o lugar
que seriam levadas,
ficaram com muito medo
de voltarem para as suas caixas.




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