Era uma vez uma menininha chamada Verinha.
Ela morava numa casa que tinha um quintal muito grande, mas muito grande. Sua mãe gostava de plantar muitas coisas lá: verduras, alguns tipos de legumes, pés de milho e frutas, belos pés de frutas.
Verinha adorava brincar e correr no quintal, subir pelas árvores,
chupar uvas, laranjas, mexericas e comer todos os moranguinhos que encontrava, ainda que estivessem verdes.
Sua mãe dizia:
- Verinha, não coma os moranguinhos verdes, eles ficarão bem mais gostosos se você esperar que fiquem vermelhinhos.
Mas ela nem ouvia, comia todos, os vermelhos, os amarelos e os verdinhos. Sua mãe dizia também:
- Verinha, não fique brincando no meio do milho, têm bicho menina!
Mas ela nem ligava, corria e corria por entre os pés de milho.
Um dia, enquanto brincava sob a parreira de uvas, resolveu mexer num velho tambor cheio de cinzas. E eis que ao encostar o corpo no latão, começou um Aiii, Aiiiiiiii, Aiiiiiiiiiiiiii, Aiiiiiiiiiiiii, que parecia que não tinha fim.
Quantas lágrimas ela derramava!
Sua irmã correu para acudí-la, pegou-a no colo e perguntou:
- O que foi, o que aconteceu Verinha? A Verinha não conseguia falar, só gritava, só chorava. E a sua irmã interrogava:
- Foi uma cobra que te picou?![](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_ta7r-E22QwQdX1eu1SvyUHh4f9ROjqgXP43dtbstAS0Pp_nt-_lcRMLHGWn09ynzUPhWEt3tMLYFo74680nFTs8trflkYLHA6_rB4Bz_jCiXhJSYU=s0-d)
E a Verinha:
- Aiiiiiiii, Nãaaaaaaooooo,
- Foi uma aranha?![](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_vLTxOdTHJsq8eb5MyUJ2B8XxEds9sTdPJgK7A0u5z5zFhp5RsShhizGA4Kfm_1XWyRAl3n9FTIsTYFYOWHHj0MM-5DjVzV0r3obtjFN3zntwfC4D0=s0-d)
- Nãaaaaaaaao.
- Foi um escorpião?
- Nãaaaaaaaao". ![](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_uHHda49RzpqwrwK38EEAH5GeChlT4PzW-lGr6m0d3AHGqqxYqayDQj2GAejvGmPaMVygZUNbOWUVU9L2liiKlCA8AGXdfXtl4YEh5idHOqKjQ=s0-d)
- Então foi uma lacraia?
- Aiiiiiiiiii Nãaaaaaaaaao.
- Então o que é que foi, Verinha?
- Fooooii, fooiii, foi uma taturana, uma taturana muito peluda que pegou o meu joelho, aiiiiiiiiii.
A irmã da Verinha, levou-a então prá casa, aos gritos ainda, e todos apareceram: a mãe, as outras irmãs e todas as pessoas da redondeza.
Sua mãe logo foi buscar uma pomadinha, e foi passando, devagarinho, bem devagarinho.
Chorando mais mansinho agora, pois a dor ainda não tinha ido embora, e com o carinho de todos, a Verinha foi acalmando, acalmando.
E então lá naquela rua, sentada no muro da frente da casa, a Verinha ficou alegre de novo.
Pois recebeu todos os seus amigos e vizinhos, que passavam para ver o seu joelho vermelho e conhecer a história da terrível taturana roxa.
Esta história real, é uma das pérolas de minha infância.
Nem sei quantas vezes tive que contar para minha filha Nathalia, quando ela era pequenininha.
Disputava com "Os 3 porquinhos", a hora da história, antes de dormir.
( História da mamãe Vera Naliato )
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